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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Media Markt suspende campanha ofensiva dos escuteiros

A campanha publicitária televisiva da Media Markt, com o slogan "Eu é que não sou parvo", considerada ofensiva pelos escuteiros, foi suspensa e será substituída por outra "menos caricaturada".
A empresa, referiu um responsável, decidiu "parar com a campanha, tal como estava", através de "um consenso" obtido durante uma reunião com dirigentes de associações de escuteiros.
"A Media Markt ainda não pensou como prosseguirá a campanha", afirmou o responsável da empresa, assegurando que será "menos caricaturada" e "mais suave".
Por outro lado, o Corpo Nacional de Escutas (CNE) afirma em comunicado aguardar "oportunidade de nova reunião" com a administração da empresa para "acompanhar a evolução deste processo", depois de ter remetido um ofício à empresa denunciando a campanha "clara, objectiva e intoleravelmente ofensiva para os 80.000 escuteiros portugueses e suas famílias".
O CNE solicitava "a suspensão imediata da referida campanha publicitária e a cessação da menção aos escuteiros", caso contrário teriam "de agir judicialmente, quer civil, quer criminalmente".
Já a Associação dos Escoteiros de Portugal (AEP), que também havia repudiado e pedido a suspensão da campanha, assegura que "os pressupostos que motivaram as acções" junto dos "tribunais e da tutela, mantém-se", mesmo com a suspensão da campanha.
Nuno Castela Canilho, dirigente do Agrupamento de Escuteiros 1037 da Mealhada, e primeiro signatário de uma petição na Internet contra a campanha, que reuniu mais de 7.500 assinaturas, realçou a "vitória do bom senso".
"A campanha foi despropositada, não beneficiou ninguém e maltratou um conjunto de pessoas", disse Nuno Castela Canilho, lamentando "que a empresa tivesse de esperar quase 15 dias para suspender os anúncios".
"Nunca esperei que mobilizasse tantas pessoas", admitiu o dirigente, frisando que "nas escolas, a piada da parvónia, colou nalguns sectores e alguns miúdos foram gozados, por causa do 'spot'".
Além da personagem do escuteiro, a campanha apresenta outros três "cidadãos da Parvónia" de visita a Portugal, anunciados como o presidente e a miss deste país imaginário e ainda um general, e referia: "todos os cidadãos da Parvónia têm como principal característica a sua parvoíce. São desligados do mundo, vivem no antigamente e basicamente... são parvos!".

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